Arrumando a casa e o coração

Por mais que aparentemos maturidade e pareçamos estar preparados para a morte de um ente querido, que já era, de certa forma, esperada, a realidade é muito mais dura do que poderíamos imaginar.

Tratar da documentação, preencher na lacuna estado civil, (viúva) é estranhamente doído, uma dor nunca antes sentida. Fazer os devidos ajustes na casa, arrumar gavetas, doar roupas é tudo tão surreal mas, nada se compara a arrumar o coração. Mexer nas gavetas das emoções, tentar encontrar um lugar adequado para aquele sentimento único, tão seu. Ainda bem que Deus respeita o nosso tempo e não nos pede nada além da nossa capacidade.

Alguém, com a melhor das intenções, me chamou essa semana, para pregar numa reunião de mulheres e, surpreendentemente, me peguei dizendo "não posso". Ainda não consigo colocar as idéias em ordem. Pra falar a verdade, as minha orações tem sido um grande e assustador silêncio que só o Espírito Santo sabe traduzir. 

Falar sobre isso num blog que tem sido visto em países tão além da minha realidade, é desafiador mas sei também que a dor é transcultural e qualquer pessoa, na ( Índia, China, Rússia, Portugal ou Catar ) saberá entender a minha linguagem.

Deus os abençoe.

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