Em Gênesis 3:8 encontramos o que, para mim, é a melhor explicação para a síndrome do entardecer que tanto angustia os paciente de Alzheimer e outras demências. Fim de tarde, começo de noite, crepúsculo, entardecer é quando uma nostalgia costuma invadir as suas almas. É aquele aperto no peito, uma inquietação sem que haja nenhuma explicação plausível.
Se voltarmos ao início de tudo, lá no Éden, vamos ver que essa era a hora em que Deus vinha passear no Jardim, para conversar com Sua mais recente criatura, o homem. Aquela por quem Ele tinha um carinho especial, pois a fizera com as próprias mãos, à Sua imagem e semelhança. Eu imagino a voz do Senhor ecoando por entre as árvores: Adão, onde estás? Isso acontecia dia após dia até aquele fatídico dia (cap.3) quando o homem começa a se esconder de seu Criador por tomar consciência do pecado, pela desobediência. Há relatos de que é a hora em que mais acontecem suicídios.
Isso não acontece só comigo, que costumo me esconder
entre as linhas do trico, mas com muita gente conhecida.( se possível me dê um feed back). Alguns tentam camuflar chamando de happy hour, como motivo para encher os bares. Talvez os mais duros, que já não sentem a falta de Deus, não admitam isso.
O paciente de Alzheimer que não sabe mais construir refúgios mentais ou esconderijos, ficam completamente vulneráveis a esse vazio existencial que só Deus preenche, e começam a querer voltar para casa (mesmo que já esteja nela), ficam agitados, choram e até nos agridem.
Apenas conjecturas de uma cuidadora sem nenhuma formação teológica que aprendeu, através das lutas, com um paciente muito especial, seu marido. Deus os abençoe.
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